sexta-feira, 19 de abril de 2013

Minhas experiências no teatro / My experiences on theater

  Eu nunca dei muita bola ao teatro; não que eu tinha algo contra, só não havia algo a favor. Me faltava conhecimento, interesse... Até que um dia fui assistir a uma peça. A primeira peça que vi provavelmente foi "Os Executivos", com o Grupo Tapa, no Espaço Promon em 2003. Nesta peça tinha a participação da ex-VJ Chris Couto, a qual eu tenho um carinho muito grande e por isso que fui ver.

  Não era um bom avaliador de peças - e nem sei se o sou atualmente. O fato é que fui lá mais pela oportunidade de conversar com a Chris do que assistir à peça em si, apesar de prestar atenção no enredo o tempo todo. E assim, comecei a me interessar por teatro - vendo peças da Chris Couto.

  Coincidentemente, um amigo sempre me dizia para fazer teatro, que é divertido, que é bom para se soltar e ficar mais à vontade consigo mesmo. Só que eu não tinha interesse e também não havia tempo - era época de faculdade, foi um período bastante difícil por conta do falecimento do meu pai e todas as burocracias ficaram para eu resolver, mesmo sem saber nada sobre diversos assuntos.

  No ano passado, eis que a Chris postou uma propaganda sobre um curso de teatro para iniciantes na Barra Funda, no "Núcleo Experimental". Pensei: "Tá aí! Vindo da Chris, só pode ser coisa boa! Vou mandar e-mail para ver no que dá! E durante a semana, o Alexandre Meirelles, que é um dos professores do núcleo me ligou, me convidando para participar do curso! Bora para uma nova experiência!

  Me lembro como se fosse hoje: no primeiro dia, havia um senhor que não parava de falar (Newton), uma menina nova (Yasmin), um rapaz que já tinha visto em algum lugar (Hélio Flanders, do Vanguart), mais um guri que nunca tinha visto (Dimi), uma moça bastante animada (Priscila), além do já citado Alexandre, ao lado de Thiago Ledier e Sérgio Mastropasqua. Houve um momento em que todo mundo ficou em silêncio de repente! E cada um ficou se olhando, e ninguém falava nada... Como vi que ninguém abria a boca, continuei com a brincadeira! Até que um dos professores se manifestou e disse que era apenas um teste de observação.

  No decorrer dos dias, fazer o curso foi bastante libertador - me sentia fugindo da realidade maluca de Sampa! Ao mesmo tempo, senti que nunca fiz amigos em tão pouco tempo! Aquela interação, os jogos de teatro, os espelhamentos... tudo parecia colaborar para que nos tornasse mais próximos. Por um certo período, havia uma moça chamada Vilma, mas ficou pouco no curso; talvez nessa mesma época, surgiram uma dupla que completou o grupo de vez: o Armando e a Marjorey. Todo dia era dia de rir! O pessoal era muito divertido e engraçado! Me sentia em casa! Até o carinha do bar é gente boa!

  Uma vez, cada um tinha criar um personagem e levar até o Núcleo. O que nenhum dos alunos contava é que precisava interpretar este personagem! E o pessoal começou a atuar, um de cada vez. Me causava um pouco de incômodo reparar que todo mundo fez papel triste, trágico, com temas pesados! O que passou na minha cabeça: "Vish! Será que era o mesmo tema para todos e eu não sabia???". Então eu fui lá, e com a cara de pau que o teatro exige, fingi que fosse Ângela - uma adolescente super indecisa que não sabe o que quer da vida e na vida dela dá tudo errado - e não é que até hoje o pessoal do teatro me cobra pra fazer a Ângela???

  Para encerrar o curso, tivemos umas apresentações para um público bastante conhecido de cada aluno - nossos amigos e parentes. Confesso que fiquei um pouco preocupado - teve um dia que faltei e ainda não tinha decorado todo o texto. A gente se reuniu no Centro Cultural para ensaiar e na aula seguinte, os professores nos incentivaram ao máximo! Em situações como essas, a gente tem que ir até o fim - que inclusive foi a minha música tema neste curso (Chico Buarque - "Até o Fim"). Pois eu decorei os textos com convicção e aí me senti seguro para apresentar!

  Momentos antes da apresentação, o pessoal estava num nervosismo! Cada um a sua maneira, mas algo me dizia que tudo iria correr bem. Eu não me sentia nervoso - eu estava ansioso. Houve até uma espécie de oração em grupo, encabeçada pelo Dimi, o que nos serviu para motivar. Ao passo que cada grupo se apresentava, eu sempre dava uma palavra de apoio para quem voltava do palco. Não posso dizer pelos meus amigos, mas por mim... diria que se apresentar foi tão rápido e tão tranquilo! Na minha vez, estava com uma segurança incomum, tanto que ao reparar que minha amiga errou a fala, eu corrigi isso num improviso que parando pra pensar depois, foi graças ao curso que cheguei nesse nível de espontaneidade.

  Terminada a apresentação, estava estampado na cara dos professores que eles estavam emocionados com o nosso desempenho, com a nossa determinação, com a nossa vontade de transmitir uma mensagem ao público. Foi um dia incrível, uma experiência fantástica, que recomendaria para qualquer um! Como resultado, você se emociona até com uma propaganda de margarina, porém parece que seus sentidos ficam mais aguçados, e você passa a reparar mais nos trejeitos e manias das pessoas. Quem sabe não role uma segunda temporada no Núcleo Experimental?

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

  I had never cared about theater; it wasn't something I liked it, but also I didn't have a reason to be against with. I had lack of knowledge, interest... Then once, I watched a play. The first play I saw probably was "Os Executivos", with Grupo Tapa, on Espaço Promon in 2003. This play featured ex-VJ Chris Couto, which I have a great affection and thus I decided to see.

  I wasn't a good appraiser of plays - and I don't know if I am now either. Actually I was there more by the opportunity to talk to Chris than watch the play instead, although I pay attention on the plot all the time. So I started to interest in theatre - watching Chris Couto's plays.

  At the same time, one friend always told me to enjoy theatre, because is funny, it's good to be more comfortable with myself. However, I didn't have interest and I didn't have time too - I was on the college and it was a very tough period due to my father's death and all the bureaucracies that I had to solve, even I didn't know anything about several topics.

  Last year, Chris posted an ad about a theater's class to beginners on Barra Funda, at "Núcleo Experimental". I thought: "That's it! Coming from Chris, only can be good thing! I'm going to send e-mail!" During the week, Alexandre Meirelles, who is one of the teachers, called me in order to invite me to take part of the class! Let's to a new experience!

  I remember as if it were today: on the first day, there was a man who didn't stop to talk (Newton), a young girl (Yasmin), a guy who I've already seen in some place (Hélio Flanders, from Vanguart), another guy who I've never seen (Dimi), a very lively girl (Priscila), besides the already mentioned Alexandre, on the side of Thiago Ledier and Sérgio Mastropasqua. There was a momento where everybody became in silence suddenly! And each one started to looking each one, and it was speechless... As I saw anybody open the mouth, I was still quiet! Then one of the teachers express himself and told us that was just a observation test.

As days go by, joining the class was very relief to me - I felt running from crazy reality of São Paulo! In the meantime, I felt I've never made friends and so short time! That interaction, the plays games, the mirroring... everything seemed cooperate to make us more near. For a certain period, there was a girl called Vilma, but she stayed on class for a short time; maybe in this same date, appeared a double who completed the group: Armando and Marjorey. Everyday was a day to laugh! The team was very funny and amusing! I felt I was in home! Even the bar man is a good person!

Once, each one had to create a character and take this to the Núcleo. What no one of students counted is it needed to BE this character. People began to act, at a time. It made me a little discomfort to notice everybody did a sad role, tragic, with heavy themes! What passed on my mind was:"Oh my god! Was it the same the to everybody and I didn't know???". Then I went there, and with the chutzpah feeling theatre requires, I pretended to be Ângela - a super indecisive teenage girl who doesn't know what she wants of her life and everything on her life is going wrong - and since then people from this class ask me to do Ângela!
 
  To terminate the class, we had some presentation to a well known public for each student - our friends and relatives. I must confess I was a bit worried - I missed one class I've not memorized the whole text. We gathered on Centro Cultural to rehearse and on the next class, teachers encourage us to the most! In these situation, we have to go until the end - including it was my theme song for this course (Chico Buarque - "Até o Fim"). Then I learned by heart the texts with conviction and I felt secure to exhibit!

  Moments before the presentation, people were really nervous! Each one in your way, but something told me that everything would be fine. I didn't felt nervous - I was anxious. There was even one kind of prayer in group, headed by Dimi, what served to motivate us. Whereas each minor group showed, I always gave a support word to those came back from stage. I can't tell by my friends, but for me... I would say to present was so fast and so peaceful! In my time, I was with a unusual security, so that to realize that my friend missed the speech, I corrected this with a impromptu which when I stopped to think afterwards, it was thanks to the class I got this level of spontaneity.

  Finishing the presentation, it was on the teacher's expressions that they were thrill to bits with our performance, our determination, with our will to transmit a message to the audience. It was an amazing day, a fantastic experience, which I would recommend to every one! As a result, you thrill even with a breakfast ad; however, seems like your senses turn more keen, and you use to notice more on people's grimace and manias. Who knows doesn't happen a second season at Núcleo Experimental?




   

Nenhum comentário:

Postar um comentário