Quero Correr Até Não Mais Poder / I Want to Run Until I Can't Run

  Se pudesse escolher um poder, o que você escolheria? Uma força descomunal? Telecinese? Voar? Ler a mente das pessoas? Ficar invisível? Tendo o universo da DC como referência, a idéia do poder do Lanterna Verde sempre foi bem interessante para mim: através de sua criatividade e força de vontade, ele cria algum objeto de acordo com sua mente, usando um anel - não é à toa que é considerada a arma mais poderosa da galáxia. Contudo, havia um poder muito mais simples que também me fascinava desde criança; poder este que o companheiro contemporâneo do Lanterna Verde possui: a super-velocidade de Flash, o velocista escarlate.

  Apesar de apreciar o poder do Flash, nunca me achei um cara veloz; há quem diga que eu seja, mas não creio que seja uma das minhas virtudes. Pensando em como jogo futebol, se eu tivesse que citar uma característica marcante em mim, o qual meus amigos com quem jogo bola também concordaria é a resistência física. Sabe aquele sujeito que, depois de jogar por um longo tempo mas ainda nos últimos jogos continua a dar mó gás? Aquele que pode tanto impedir um gol onde alguns do time estão desacreditados como um dos poucos que corre em direção ao gol adversário aproveitando que a zaga já perdeu o fôlego? Lendo assim, até parece que sou tão decisivo! Hahaha! Mas sou extremamente persistente.

  O pessoal do trabalho na época me chamava para correr. O Felipe já praticava, assim como o Bloody Hell, que só corre meia maratona ou inteira. A Priscilla me convidava, mas era um evento individual. Acredito que por isso não aceitei.

  No dia 18 de agosto de 2011, eis que a Renata me convidou a correr na maratona Pão de Açúcar, ao lado de uma galera na época composta por Diego, Anderson, Marco, Marcus, Juliana, Bruno, além da minha amiga. O nome da nossa equipe é "Run, Forrest, Run!", fazendo alusão ao filme "Forrest Gump". Bem, fui convidado para completar o grupo e ela sabia (e me incentivava) que eu fazia natação. Visto que nunca tinha corrido 5 km direto, comecei a praticar por conta própria. Tinha um mês cravado para o grande dia. Ao ter uma noção do que é percorrer 5 km e conhecendo minha resistência, corria e me observava o que poderia melhorar: seja a pisada ou a respiração.

  A 19 Maratona Pão de Açúcar de Revezamento de São Paulo ocorreu no dia 18 de setembro. É incrível como fiquei ansioso para correr! Mal consegui dormir! Isso porque eu era o sexto a correr e o sol começa a castigar a partir das 10 horas. Por outro lado, senti que dei a sorte grande em conhecer esses malucos que me fizeram rir o tempo todo! É uma palhaçada atrás da outra!

  Quando o Diego me passou a munhequeira, veio junto a responsabilidade de ir até o próximo ponto de chegada. Liguei meu MP3 com as músicas pré-programadas e comecei a correr. Como tem muita gente, em muitos momentos tive que desviar do pessoal que corria - e outros que estavam simplesmente caminhando. A hidratação é fundamental; porém, como eu não tinha o macete de como beber água e correr, me irritei e joguei um pouco da água na minha cabeça e continuei correndo.

  Vendo que estava para chegar, intensifiquei os meus passos. O problema é que perdi um pouco de tempo ao procurar o próximo integrante no lugar errado! Mal de quem corre pela primeira vez. Aí que para compensar o tempo perdido que corri loucamente até encontrar o Marcus! Cheguei sem fôlego, exausto mas a sensação de missão cumprida foi completamente gratificante. Como é viciante correr! E todas essas emoções envolvidas dá um toque mágico na maratona: a ansiedade, o controle emocional, o companheirismo, as risadas, o momento compartilhado em si.

  Acredito que a música que mais me representa na corrida é 'The Pretender', dos Foo Fighters. Mesmo em uma equipe, correr é uma atividade individual. Então o que passa na minha mente é até onde posso chegar? Será que estou preparado? Não estou fazendo as mesmas coisas de sempre? Eu consigo me superar? A certeza é que eu nunca me renderei, mas a pergunta que não se cala enquanto corro é quem eu sou.

  Ano passado a equipe sofreu algumas modificações. Saíram Bruno, Juliana e Marcus para a entrada de Tati, Helder e Hélio. Apesar de alguns amigos me convidarem para mudar de grupo, eu fiquei no Run, Forrest, Run! Sou fiel à equipe e não cogito em sair. Na última vez, rolou até piquenique depois da corrida, com torta de frango com ervilha, que tava mó boooooooom! O Diego pode não gostar, mas eu adorei! É engraçado como aparece umas figuras no mínimo cômicas nestes eventos - tinha até um tiozinho de oncinha! Não sei porquê, mas ano passado eu fiquei mais feliz ainda ao terminar a prova.  Sou muito agradecido à Renata por me fazer parte deste grupo e por me viciar nesta prática saudável que é correr. Apenas acho que a gente poderia participar de mais corridas.

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  If you could choose a power, which one would you choose? A tremendous force? Telekinesis? Fly? Read people's mind? Being invisible? Having DC Comics' universe as reference, Green Lantern's power is always very interesting to me: through his creativity and power of will, he creates some object according to his mind, wearing a ring - it's not strange to mention this is the most powerful weapon of galaxy. However, there are a very simple power which fascinates me since I was a kid, the one who Green Lantern's contemporary friend holds: Flash's super-velocity, the scarlet sprinter.

  Although I appreciate Flash's power, I've never thought I'm speedy; there are some who say I am, but I don't believe this is one of my virtues. Thinking in how I play soccer, if I had to mention a considerable characteristic of mine, which my soccer mates would also agree is the stamina. Have you ever known a person who, after playing for a long time and even on the last game still running? The kind of guy who can either avoid a goal in a moment when team mates are discredited or as one of the few players who run towards the opponent's goal taking advantage of defense which has already lost the breath? Reading this, seems like I'm so decisive! LOL! But I'm extremely persistent.


  Workmates were used to call me to run. Felipe runs, as well as 'Bloody Hell', who run half marathon or complete. Priscilla invited me, still it was individual event. I believe because of this I didn't accept her invite.

  August 2011, Renata invited me to run 'maratona Pão de Açúcar', along a group composed by Diego, Anderson, Marco, Marcus, Juliana, Bruno, in addition to my friend. The team's name is "Run, Forrest, Run!", making allusion to the film "Forrest Gump". Well, I was invited to complete the group and she knew (and she encouraged me) that I'm using to swim. Whereas I've never run 5 km non stop, I started to practice by my own. I had just one month to the big day. Having a notion what is wander 5 km and knowing my stamina, I ran and looked myself what I could improve: the step or the breath.

  The 19th Marathon Pão de Açúcar São Paulo rotation happened on  September, 18th. It's unbelievable how I was anxious to run! I slept so bad! And I was just the sixth of team to run and sun starts to punish from 10 AM. On the other hand, I felt I'm very lucky to meet these crazy dudes who makes me laugh the whole time! They don't have time enough to talk funny things!

  When Diego gave me the wristband, the duty to go until the next point of arrival came together. There are loads of people, so I had to dodge lots of bodies running or even simply walking in many times. Hydration is indispensable; however, I didn't know how to drink water and run, so I got nervous and threw a little of water in my head and keep on running.

  When I saw I was close, I intensified my steps. The thing is, I lost a little time searching for the next person in the wrong place! Bad thing to those who run for the first time. Then to compensate the lost time, I ran like hell until I found Marcus! I was breathless, exhausted but the sensation of mission accomplished was completely grateful! I'm addicted to run! And all these emotions involved give a magic touch on marathon: anxiety, emotional control, fellowship, laughs, the shared moment.

 I believe the song that most represents me on race is "The Pretender", by Foo Fighters. Even in a team, running is a individual activity. So what pass on my mind is where I can arrive? Am I ready? Am I not doing the same old things? Can I overcome myself? The certain is I will never surrender, but the question which it doesn't shut up while I'm running is who am I.

  Team suffered some changes last year. Bruno, Juliana and Marcus left and Tati, Helder and Hélio came in. In spite of other friends invited me to change team, I stayed with "Run, Forrest, Run!". I'm loyal to the group and I don't cogitate to leave it. Last time we had a picnic after the race, with a deliiiiiiiiicious chicken pie with pea! Diego doesn't like it but I love it! It's so funny how appears comic people in these events - there was a old man using leopard print in whole suit! I don't know why but last year I was even happier to finish the competition. I'm very thankful to Renata for make me part of this group and for addicting me on this healthful practice that is run. I just thought we could participate in more races.