sábado, 23 de março de 2013

Superando um trauma / Overcoming trauma

Eu nunca curti muito praia. Gosto de ir, mas um final de semana tá de bom tamanho. Não gosto do calor, prefiro o frio. Apesar de até gostar de ir para a praia quando está frio, mas este não é o tema deste post.

Quando morei no Japão, cheguei a ter aulas de natação na escola quando era verão. E lá ia todos os japinhas, passando primeiro por uma mini piscina, onde acredito que ocorria alguma higienização para depois adentrar a piscina de verdade. Estava na terceira série e era a única criança que não sabia nadar. Os alunos com empolgação master e eu pensando: "o que eu faço agora?"

Até que as coisas ocorreram bem na escola, mas como foi somente o período de verão, foi pouco para eu aprender a nadar devidamente. O verão japonês costuma durar em torno de um mês de calor intenso; o clima de lá é bem definido: se é calor, é calor pra valer; se é frio, é frio de rachar com direito a neve.

Eis que um dia eu fui para uma piscina junto com um amigo num clube. A piscina estava bem cheia e a água batia um pouco abaixo do meu ombro, o que não era problema algum para mim - mas era para este amigo, um pouco menor que eu. Quando percebi que ele estava com dificuldade de se manter na piscina, o guri se agarrou a mim com todas as forças, de forma que me desequilibrou; eu precisava caminhar até a parede mais próxima da piscina, me desviando do povo e ainda carregando esse cara, tudo isso com a água batendo nas minhas vias respiratórias. É incrível como tem tanta gente e ninguém percebe o que está acontecendo. Finalmente cheguei até a parede; estávamos desesperados para respirar e a partir daí, piscina virou um trauma para mim.

Então quando havia excursões na escola nesses parques aquáticos, simplesmente não ia. Praia, só ia até onde o mar batia na altura da minha cintura e olhe lá.

Os anos se passaram. Houve um momento em que eu pensava em aprender a nadar: sempre me disseram que é um esporte completo, pelos benefícios que traz. Também queria acabar com o medo de vez. Só que eu precisava de tempo e de dinheiro. Até que em agosto de 2008, eu tinha tempo após o trabalho e por trabalhar, também tinha dinheiro.

Comecei a encarar uma piscina de 15m. Entrava nela e seguia as orientações do professor. Era afundar a cabeça na água e levantar, caminhando na piscina. Lembro que no meu primeiro dia de aula, não aguentei ficar 40 minutos.

 Com o tempo fui me acostumando a água. Estava aprendendo a nadar crawl: que coisa mais trabalhosa! Exige uma coordenação motora, um controle da respiração, força, além do fôlego que eu ainda não tinha. Tive uma facilidade maior em aprender a nadar de costas, pelo fato do rosto ficar pouco acima do superfície da água. Não demorou muito, comecei a nadar de peito. Não gosto muito da prancha e o pára-quedas é chato por enroscar na perna, mas eu adoro usar a nadadeira!

Não lembro exatamente quanto tempo levou, mas comecei a nadar na piscina de 25m. A de 15m eu já achava péssimo nadar lá: a água era mais quente na piscina menor - era pedir para minha pressão cair, sendo que ela já é baixa normalmente. Hoje em dia, eu não consigo ficar muito tempo sem nadar. É um esporte que só me faz bem: minha respiração melhorou, eu deixei de engasgar como antes, minha postura melhorou, meu corpo ficou mais definido, minha resistência física melhorou, ganhei um pouco de peso - coisa que não conseguia de nenhuma outra maneira. Eu percorro em média 1800 metros em uma hora. Adoro a sensação de relaxamento após nadar, além de abrir meu apetite e me fazer comer como um pedreiro e dormir como uma pedra em seguida.

Meu apelido na academia é Rodrigo Phelps: era a mesma época que o atleta ganhou muita visibilidade nas olimpíadas. Eu tô muuuuuuuuuuuuito longe de nadar que nem ele, mas o pessoal de lá me chama assim.rs. Me sinto realizado por ter superado um trauma por minha decisão; e tenho orgulho de adorar e nadar sempre: seja no calor ou no frio (com piscina pré-aquecida), aqui é Rodrigo Phelps! 

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I've never liked beach so much. I mean, I like to go there. However, one weekend is so far so good for me. I don't like hot weather, I prefer cold climate. Despite I still enjoy going to the beach when is cold, but this is not the theme of post today.

When I lived in Japan, I got swimming classes in the school when it was summer. And there goes all the Japanese kids, passing through a mini pool, where I believe it happened some kind of cleanliness before to go to the swimming pool. I was on third year of primary school and I was the only child who didn't know how to swim. While classmates were full of excitement, I thought:"what do I do now?"

Things were going well in the school, although it was only during summertime, that was too short time to learn to swim properly. Japanese summer used to last around one month of intense heat; the climate is well-defined: if it's hot, it is infernal heat; so if it's cold, it's freezing with snow.

Then one day I went to a pool with a friend on a club. The pool was crowded and the water was a little bit under my shoulder, so it wasn't a problem for me. Nevertheless, it was for my friend, shorter than me. When I noticed he was hardly breathing, he grabbed me with all his efforts, in a way that unbalanced me; I needed to walk until the next wall of the pool, dodging the people around and carrying him, all this with water hitting me on my airways. It's unbelievable how it was so crowded and nobody noted what was happened. At last, I arrived on the wall; we were desperate to breathe and since then, pool became a trauma to me.

So when there were tours on water parks, I just didn't go. Beaches, I just went where the sea reached my waist.

The years passed. There was a moment I decided to learn to swim: people always told me it's a complete sport, because of the benefits it brings. Also I wanted to lost fear permanently. On the other hand, it demanded time and money. In August 2008, I had time after job and to be working, I had money too.

I began to challenge a 15 meters pool. I went in and followed the teacher's instructions. I had to sink my head on water and raise, walking on pool. I recorded on my first class, I could not stand even for forty minutes.

I was getting use with water with the passage of time. I was learning to swim crawl stroke: that was so hard! It requires coordination, breath control, strength, besides stamina I've not had yet. I had some easiness to learn backstroke, by the fact my face stays a little above of water's surface. I started to swim breaststroke soon. I don't like much to use board and parachute is boring by screwing in leg, but I love to wear paddle!

I don't remember exactly how long time it took me... I started to swim on a 25 meters pool. I thought it was awful to swim on the 15 meters pool that time: the water is warmer on smaller pool - it makes my blood pressure goes down; normally, my blood pressure is low indeed. Nowadays, I can't stay long without swimming. It's a sport just makes me feel good: my breath became better, it's really hard to choke, my position is corrected, my body got more defined, my stamina had improved, I gained a little weight - that's a thing I couldn't get in another way. I swim an average of 1800 meters in one hour. I love the relaxed feeling after swim, besides makes me feel starving, eat greedily and sleep like a baby after.


My nickname on academy is Rodrigo Phelps: it was the same time the athlete won much visibility on The Olympics Games. I'm absolutely far to perform as him, but I don't know why people call me that. I feel accomplished for overcoming a trauma by my own decision; and I have pride to love and swim frequently: in the heat or either in the cold (with pre heated pool), I'm Rodrigo Phelps!

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